Médiuns ficam inconscientes quando estão psicografando

Médiuns ficam inconscientes quando estão psicografando
Neste artigo, irei comentar sobre uma matéria publicada em um jornal, que trata de um assunto complexo: a respeito de mediunidade e seu reflexo no corpo biológico durante a psicografia. O estudo citado foi realizado por universidades brasileiras em conjunto com uma instituição norte americana, que realizaram diversos testes em médiuns durante a psicografia e em seu estado de consciência natural, e divulgaram resultados que podem confundir os leitores se não forem observados determinados aspectos. O objetivo deste artigo é justamente orientar o entendimento do resultado dessas experiências.

Artigo:

Tomografia mostra que regiões do cérebro se "desligam" em transe

"Cientistas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e da Universidade Thomas Jefferson, nos EUA, mediram as atividades cerebrais de dez médiuns brasileiros enquanto faziam psicografia. Eles compararam os resultados da ação de psicografia com a atividade cerebral enquanto redigiam um texto fora do estado de transe, isto é, de "próprio punho". 

A equipe liderada por Julio Peres, do instituto de Psiquiatria da USP, usou voluntários que têm entre 15 e 47 anos de experiência em psicografia. Eles foram divididos em dois grupos - mais e menos experientes. Para verificar a atividade cerebral dos dez médiuns, os cientistas injetaram neles um marcador radioativo que permite checar a intensidade dos fluxos sanguíneos em diferentes áreas do cérebro por meio de tomografia.

Os autores afirmam que os médiuns experientes apresentaram níveis mais baixos de atividade durante a psicografia, em comparação à escrita normal, justamente em áreas frontais do cérebro associadas ao planejamento, raciocínio, geração de linguagem e solução de problemas. De acordo com os cientistas, isso pode refletir a ausência de consciência durante a psicografia.

Os psicógrafos menos experientes, por sua vez, tiveram atividade mais intensa nessas mesmas área enquanto psicografavam, ainda que também inferior à registrada durante a escrita fora de transe. Segundo os pesquisadores, esse fato poderia estar relacionado com uma tentativa "mais forçada" dos médiuns menos experientes de fazer a psicografia.

Os autores ainda analisaram os textos produzidos e concluíram que queles psicografados resultaram mais complexos que os produzidos em estado normal de vigília, especialmente entre os médiuns mais experientes. Seria de se esperar que isso exigisse mais atividade em áreas frontais e temporais do cérebro, mas não foi o que os cientistas observaram. De acordo com Peres, não há ainda uma explicação exata para esses resultados e mais estudos são necessários."

Fonte: Interessa - Jornal O tempo

Comentário:

Caros amigos, esta matéria extraída de um jornal com grande circulação, obviamente trata de médiuns "inconscientes" e não dos psicógrafos intuitivos ou clariaudientes. Para analisarmos este artigo, primeiramente devemos entender a definição de inconsciência neste caso, que é tratado na física quântica atualmente como novo inconsciente ou processamento inconsciente. Essa ideia sugere que somos guiados a nível consciente por um processamento a nível inconsciente, ou seja, nossas experiências do dia-a-dia são processadas em dois domínios: a possibilidade e o fato manifesto. Esse processamento ocorre de forma serial (com uma etapa de cada vez) ou paralelo (com muitas operações ocorrendo simultaneamente), o processo consciente é realizado de forma serial e, o inconsciente de forma paralela. Importante saber que para essa rede neural complexa ser ativada e exercer sua função depende do ambiente, e este ambiente é proporcionado pela consciência e seus campos sutis de influência que são o corpo vital, corpo mental e corpo supramental.
Para simplificar vamos manter o foco em três campos apenas, o corpo mental que é o responsável pelos pensamentos, o corpo vital que responde pelos sentimentos e o corpo físico. Se observarmos o estudo citado no artigo, verificamos que os testes indicaram baixa atividade cerebral durante o transe mediúnico, sendo que para a ativação do pensamento, raciocínio, criatividade e funções motoras, é necessário grande atividade cerebral em diversos campos para que possamos executar esta atividade de escrever uma mensagem. 

Nossa ciência é limitada ao organismo biológico, essa limitação acaba causando confusão em determinados campos de entendimento. Segundo a teoria da inconsciência dinâmica de Freud, essas experiências do dia-a-dia eram atribuídas ao inconsciente. Hoje já sabemos que a construção dessa memória está relacionada nos processos descritos anteriormente, e esse nível de inconsciência que os médiuns ativam em transe, na verdade é a ligação corporal ao "cérebro espiritual", que utiliza apenas dos aparelhos motores na transmissão da mensagem, que já foi construída em outro corpo de atuação da consciência. Por isso essa atividade é reduzida e o estado "inconsciente" do médium não leva à perda dos sentidos, apenas um refinamento de concentração consciencial. 

Concluindo: O médium não perde os sentidos até mesmo porque suas funções motoras permanecem em total funcionamento enquanto escreve, o que acontece na verdade é que ele entra em outro estado de consciência que é desconhecida pela ciência atual e, segundo as definições que os testes foram conduzidos e os aparelhos calibrados, este estado de consciência não existe porque é desconhecido, sendo definido como inconsciência porque não registram a atividade biológica definida como consciência. O corpo mental processa todas as informações e transmite para o aparelho biológico (corpo físico) traduzindo em ações mecânicas resultando na psicografia.

Fontes:
CALLEGARO, Marco Montarroyos. O Novo Inconsciente: como a terapia cognitiva e as neurociências revolucionaram o modelo do processamento mental. Porto Alegre: Artmed, 2011. 

GOSWAMI, Amit. Evolução criativa das espécies: uma resposta da nova ciência para as limitações da teoria de Darwin. São Paulo: Aleph, 2009.

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