Antes de começarmos, devo lembrar que para qualquer estudo que vamos realizar, é necessário ao menos estarmos orientados quanto ao tema abordado. Sendo assim, é necessário que se saiba exatamente o que "O Evangelho Segundo o Espiritismo" trata e para qual finalidade ele foi escrito, e também saber o que exatamente é o livro. Para mais, indico que leiam artigos publicados anteriormente sobre a síntese do conteúdo desse livro.
"Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se
movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da
Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser
restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e
glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se
lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira,
fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um
extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos
outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor!
Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus. "
O ESPÍRITO DE VERDADE
Esta mensagem transmitida por via mediúnica, resume a um tempo o verdadeiro caráter do Espiritismo e a finalidade desta obra. Dividindo em cinco partes o conteúdo dos Evangelhos, temos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral que é o objeto de "O Evangelho segundo o Espiritismo".
Porquê, então, é importante destacar esta característica do livro organizado por Kardec?
Simples. Retratamos o objetivo desse estudo dedicado, porque o conteúdo moral dos Evangelhos é o único elemento que não é objeto de disputa entre as crenças, todos concordam que a moral dos Homens necessita de reforma e vigília constante, e sendo assim, a característica religiosa do Espiritismo é a conotação filosófica do termo. Não devemos atribuir rituais, cultos de adoração, ou características dogmáticas, utilizando-se conteúdo dos Evangelhos que não foram abordados na codificação de Kardec, pois essa ação descaracteriza a Doutrina Espírita.
O estudo doutrinário deve ser composto de forma integral por todas as obras codificadas e não apenas aquelas que se tem por afinidade ou desejo de explanar sua intimidade religiosa carismática com a herança dogmática. Todos os livros se completam, e dependemos do estudo de todos para então compreender a Doutrina e aplicá-la adequadamente no progresso íntimo.
Cabe ainda dizer que o Espiritismo não tem nacionalidade e não faz parte de nenhum culto existente; nenhuma classe social o impõe, e assim deve ser, para que ele possa conduzir todos os homens à fraternidade. Vamos deixar o Espiritismo em terreno neutro, e dessa forma universalizar o ensino dos Espíritos.
Até a próxima semana, obrigado a todos!
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