O Céu e o Inferno

O Céu e o Inferno - Allan Kardec
Objetiva demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, como conseqüência de seus próprios atos. Estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a morte. Mostra fatos como a morte de crianças, seres nascidos com deformações, acidentes coletivos e uma gama de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam satisfatoriamente. Kardec procura elucidar temas como: anjos, céu, demônios, inferno, penas eternas, purgatório, temor da morte, a proibição mosaica sobre a evocação dos mortos, etc. Reúne exemplos acerca da situação da alma durante e após a desencarnação.

Vivemos, pensamos e  operamos – eis o que  é positivo. E que morremos, não é  menos certo. Mas, deixando  a  Terra,  para  onde  vamos?  Que  seremos  após  a  morte?  Estaremos melhor  ou  pior? Existiremos  ou  não? Ser  ou não ser, tal  a  alternativa.  Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente, ou tudo  se aniquilará de vez? É uma tese, essa, que se impõe.  

Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe  sobretudo  que  será  mais  feliz  do  que  porventura  o  tenha  sido,  e  o  seu  coração rejubilará.  

Mas,  de  que  serviriam  essas  aspirações  de  felicidade,  se  um  leve  sopro  pudesse dissipá­-las? Haverá algo  de mais  desesperador  do  que  esse  pensamento  da  destruição  absoluta? Afeições  caras, inteligência,  progresso, saber laboriosamente  adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no  sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso,  desde  que  de  tudo  isso  nada  aproveitássemos,  predominando  o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos serviria tudo isso. Se assim fora,  a  sorte  do homem  seria  cem  vezes  pior  que  a  do  bruto,  porque  este  vive inteiramente  do  presente  na satisfação  dos  seus  apetites  materiais, sem  aspiração  para o futuro. Diz-­nos uma secreta intuição, porém, que isso não é possível. 

A humanidade desenvolveu-se ao longo dos séculos sob domínio do medo, o mais forte subjugando o mais fraco, o mais inteligente convencendo o menos instruído, etc; Este pragmatismo que conduz a raça humana, é constantemente reforçado pelo dogmas religiosos de práticas herdadas de civilizações primitivas, cujo objetivo em sua época era preparar os Homens para sua reforma íntima e o melhor entendimento das leis universais que regem o cosmos. A eterna condenação dos homens segundo sua conduta moral é intensamente aplicada até hoje, a política do medo é o pilar que suporta a maioria das religiões até hoje. 

Este livro veio com o objetivo de esclarecer determinados fatos deste contexto, atenuando esses temores de castigo eterno e de Deus vingativo que condena seus filhos. O que ele nos traz é a verdade absoluta que somos responsáveis por nossos atos, ninguém é absolvido de sua dívidas sem o completo entendimento de nossos erros e arrependimento sincero e humildade no reconhecimento. Exemplos muito claros de diversos cenários condenatórios que trazem à tona a realidade de nossa conduta.


Autor: Allan Kardec
Editora: FEB
Páginas: 281

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